

ANALIZZARE
Lei da atração e Física quântica
Podemos entender como objetos simples quânticos os elementos constituintes das partículas, que, entretanto, possuem a capacidade de associação formando complexos, estes sim podem ser de novo dissociados, regressando aos elementos que lhe deram origem, vulgo decomposição. Os elementos livres, que são indestrutíveis e fazem parte da constituição da vida, ao associarem-se formam um núcleo energético, que só podem constituir-se através da compatibilidade entre seus elementos, formadores de um elo de uma força de atração entre eles, como forma de permanecerem associados.
Assim, a repulsa será devida a uma incompatibilidade entre elementos, ou entre núcleos energéticos, que se mantêm unidos, ganhando resistência a uma invasão de corpos estranhos, elementos, por não serem reconhecidos como compatíveis.
Forçar, será, então, a tentativa de destruir o núcleo energético constituído pela associação de elementos que o constituem, pelo que podemos perceber uma tendência para afirmação de sua própria identidade, e a negação de realidades diversas, que estão constituídas em outros corpos.
Por isso, só o reconhecer em si, que não simplesmente o conhecer, pode levar à transformação.
Reconhecer em si, deve ser entendido como fazendo parte de si, de sua interioridade, como lei da própria natureza, que são compatíveis, que se relacionam e interagem, porque possuem algo, ou alguma coisa em comum.
Assim, podemos observar uma lei química que promove a atração entre partículas ou corpos, daí, que digamos, embora de forma empírica, que será necessário existir química para que os corpos possam interagir.
Entretanto, o problema da atração deve ser visto como a necessidade de uma partícula em , associar-se a outra, ou a outras, cuja finalidade é formar um complexo, que para tal será necessária a diferença de potencial entre elementos.
Significa, que para além da compatibilidade, de uma vontade de uma partícula associar-se a outra que possa originar um complexo, elas devem possuir diferenciais de potência entre elas para que tal seja possível. O mesmo nível energético entre elementos e núcleos representam a quietude, o princípio de inércia, que não opera associações e transformações, em que o trabalho, função, é realizado mediante uma sistematização de seus próprios elementos sem interferência de elementos estranhos derivados do exterior.
Desse modo, podemos inferir, que a instabilidade será provocada pela diferença de potencial entre elementos ou núcleos, entre a interioridade e o mundo exterior. O que nos ensina a psicanálise neste aspecto, é que dos estímulos internos o corpo não pode fugir, mas que relativamente aos estímulos externos podemos ser indiferentes, ou os evitar, através do processo de fuga.
O problema a montante é a pressão a que está sujeita a criança através da relação com o mundo exterior, que não pode evitar por ser frágil, por impossibilidade de viver segundo seus instintos, o corpo promove a reversão da negação do outro em sua afirmação, constituindo-se em sua própria lei interior.
Assim, não mais pode ser indiferente, nem fugir aos estímulos externos, porque invadido por eles, sendo a sua lei interior, pela que a tendência será a repulsa por objetos e ideias estranhas devido ao processo de incompatibilidade.
Aqui, a primeira diferença entre os seres humanos e os animais, dado que estes são indiferentes, e exercem o seu poder de fuga a estímulos externos, considerados como agressivos que podem colocar em causa a sua sobrevivência.
A neurose é exatamente o oposto, em que a indiferença não existe, fabrica tensões no corpo, nem possui a habilidade de fugir aos estímulos externos aos quais tem tendência a responder, como poder reativo a uma ação, que tantas vezes, nem sequer o pode atingir.
A perspectiva do outro, que não a sua, domina o mundo neurótico, porque reconhece em si os desejos do outro, que tende a abafar seus próprios desejos.
Texto de João António Fernandes Psicanalista Freudiano


O ¨ isso ¨
Um corpo não fala se expressa, agitado se irrita, como caricatura de um corpo em uma outra dimensão, espelha um sentido, que não contido aflora em sua periferia sendo a irrupção de algo sentido em seu interior.
A fala evoca, e encontra-se para além do sentido, a linguagem articula palavras, como manifestação de um corpo que sente e pode pensar mediante a associação de imagens, ideias e seus significados.
Esse algo que é o ¨ Isso ¨, que por isso, o sujeito não consegue destrinchar, desconstruir, será apenas o signo, o simbólico reproduzido pela verbalização como isso, cuja amplitude nos deixa nas trevas.
Assim, o ¨ Isso ¨ não é o inconsciente.
Fale mais sobre isso ?
E aí as dificuldades aumentam, e as explicações tendem a ser da mais diversa ordem, sem que o sujeito e analista percebam onde está localizada, e qual a representação do representado nessa designação ¨ Isso ¨ .
O ¨ Isso ¨, talvez não seja nada disso que o sujeito e o psicanalista estejam a pensar, pelo que o isso será apenas uma manifestação verbal, pura síntese, produzida por um complexo ideativo e energético.
No fundo o ¨ Isso ¨ não é linguagem mas a fala que evoca, dado que aquela só tem lugar a partir da verbalização das associações, garantida a partir da evocação de uma síntese, que possa provocar uma imaginação, que se encontra na ordem dos argumentos e tentativas de explicar um fenômeno psíquico que o próprio sujeito desconhece.
Nos é dado a perceber que anteriormente á verbalização do ¨ Isso ¨, não se encontra o inconsciente, mas antes uma organização complexa associada a um quantum de energia como investimento, a que não devemos ser indiferentes.
O representante do inconsciente deve encontrar-se ali, mas não é o ¨ Isso ¨, dado que suas representações se apresentam diluídas e associadas a um complexo, que possui imagens, ideias, e sentidos, constituindo uma amálgama de conteúdos, os quais deram origem à síntese.
Continuamos a tentar encontrar uma agulha no palheiro, cujas certezas esbarram com tantas probabilidades, que nem dúvidas podemos ter quanto ao emaranhado de que é constituído o
¨ Isso ¨.
Será necessário falar mais sobre o ¨ Isso ¨, ou apenas ser indiferente a ele, e estar a atento ao que se encontra fora dele, cuja finalidade será encontrar algum conteúdo que se encontra oculto através da evocação do ¨ Isso ¨.
E mesmo assim, tantas vezes descobrimos, que afinal não era bem isso, ficando na mesma.
Jorge Forbes foi feliz ao dar o título a um dos seus livros – Você quer o que deseja ?.

